Diz um - impropriamente para a língua de Camões - outdoor da Sociedade Portuguesa de Autores. Lembrei-me disto a propósito dum livro que a minha namorada recebeu de presente, O Regresso d'O Homem Que Mordeu O Cão, de Nuno Markl. Não sei se conhecem, o homem tem um programa com o mesmo nome na Best Rock e acho que faz qualquer coisa na SIC Radical. Uma coleção bidiária de notícias bizarras, ornamentadas pelo estilo sarcástico de Markl.
Não se enganem, ouvi-lo falar por mais que um minuto por ano entedia-me, a roçar a náusea. No entanto, este homem é um autor, um criador. Criou e cria estes objectos - o programa de rádio e os livros - que, porque são criados, porque são resultado da transformação da energia disponível no universo, são arte. Em última análise, este homem cria a sua vida, torna-a uma obra de arte.
De gosto discutível, sem dúvida (o gosto não se discute mas pode-se gostar ou des-gostar). Preferia que esta obra de arte fosse um pouco mais bela, mais verdadeira e demonstrativa do que este homem é, mas o mais provável é que ele não saiba isso acerca de si. Mas enfim.
Os autores. Aqueles que criam. Aquilo que consideramos mais banal (como por exemplo este blog server) é ou foi criado por alguém real. E a sua criação realizou-o. Pelo menos naquele instante esta pessoa tornou-se um Deus. Transformou a realidade: em termos materiais - o objecto criado - e em termos imateriais - a sua vida.
sexta-feira, 21 de novembro de 2003
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