domingo, 18 de abril de 2004

Ensaio sobre a embriaguez

Por norma o madeirense é um povo calmo, simpático e ordeiro, por isso mesmo é difícil imaginar que este povo alguma vez se tenha revoltado contra quem quer que seja. Nem mesmo com os que usurpavam o que era seu por direito. Para tal, alguns visionários formaram um “regime” com o intuito de defender o real interesse do povo madeirense.
A timidez, natural dos meios pequenos, faz com que este povo “que entre a rocha dura … lavrou a terra” seja avesso à mudança, nomeadamente à de costumes e mentalidades. Só isso poderá explicar que este povo “estóico e valente”, simule orgasmos no leito eleitoral e, permita que o regime, que nele se monta há mais de um quarto de século, continue com o ego inflamado qual garanhão puro-sangue latino. Este regime, cego pelo tamanho comensal do seu próprio ego, embriaga-se com o seu poder e arquitecta os destinos deste povo superior, ou superiormente gerido, em ostensivas almoçaradas e jantaradas regadas de ambição desmedida.
Esta performance política é, no entanto, compensada com as prendas (inaugurações) que o povo recebe de 4 em 4 anos, estas sim, um subproduto interessante do processo democrático cujo objectivo principal passa por alimentar os grupos empresariais que servem de combustível ao regime instituído. Ou seja, as necessidades reais das massas (aquelas que colocam o “demo” em “democracia”) só são satisfeitas quando se interceptam com a afluência de massas (estas de metal ou papel) na decrépita ligação bancária União Europeia – Grupos Empresariais, com escala (tudo feito com luvas como manda a lei) no Governo Regional.
Por mim, convidava o regime para um cocktail, com a Diana Krall e o Joaquin Cortez, a bordo do novo Lobo Mamarinho (a.k.a. vibrador) e mandava-os a todos para Cabo Verde em regime Tudo Incluído. É um bom destino turístico, prestes a ter um voo regular da companhia aérea Air Chucha e desta vez, com ligação directa União Europeia – Grupos Empresariais, sem necessidade de escala (nem comissão…ou será comichão?) em governos.
Nós por cá, que somos brancos, havemos de nos entender…

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