quinta-feira, 9 de outubro de 2003
RTP – MADEIRA
Durante anos foi o único canal que via na televisão. A única alternativa por vezes era a televisão espanhola, TVE, mas apenas para quem tivesse uma boa antena e só quando estivesse bom tempo. No principio, quando comprámos a televisão, a preto e branco, claro, lá em casa, tínhamos uma antena gigante que apanhava os dois canais. Um dia, uma rabanada de vento deitou a antena no chão e nunca mais voltamos a ter uma tão alta. E hoje nem antena, temos, mas isto pertence a outra história. À conta da queda da antena, fui privado das emissões da TVE e das suas maravilhosas dobragens. Pelo que durante anos, a RTP – MADEIRA, foi a única companhia. O chato disto é que as séries, filmes e outros programas chegavam desfasados em relação ao continente. E não eram dias de desfasamento, mas sim, semanas, por vezes não chegando a passar. Isso revoltava-me, pois uma pessoa lia qualquer coisa num jornal do continente do tipo, "Magnifica série estreia, hoje no canal 1" ou " Lotação Esgotada com o filme não sei quantos" e só podia ver quando os senhores da RTP-M decidissem a emitir o filme ou a série. Quando vim estudar para Lisboa, ainda lá em casa não tínhamos acesso ao cabo, fiquei maravilhado com os quatro canais. Parava em frente ao televisor. Quer dizer, no primeiro ano não parei, porque não tinha televisão. Mas no segundo ano, passava horas a ver televisão. Quando voltei à Madeira, a TV Cabo já era uma realidade e era raro voltar a passar pela RTP-Madeira. Muito raro, mesmo. Até que há pouco tempo, quando estive na Madeira da última vez, fiz um zapping e parei na RTP - MADEIRA. E parei durante umas boas horas. E gostei. Gostei do telejornal, gostei da selecção de programas, gostei dos intervalos, gostei de tudo e gostei muito. Isto faz-me pensar se naquele tempo, em que só existia um canal, o problema era meu ou do canal? Ou será nostalgia?
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