...não consegui resistir. Fui ao Rock in Rio. Passei um ano inteiro a dizer mal daquilo. Afinal, acabei cedendo e ontem à noite fazia parte das 70 mil pessoas - segundo os números que ouvi - que estiveram no Rock in Rio. Não consegui resistir ao ambiente festivaleiro, que as imagens de televisão transmitiam. Aquela boa disposição, o espaço verde, as diversas actividades, etc, tudo isso fez-me sentir um bocadinho nostálgico. Afinal de contas, já não ia a um festival desde,...ora, deixa cá ver...sim, desde o ano passado, desde o Meco. Já tinha muito tempo. E a tentação foi mais forte que eu. Pelo que às nove e tal da noite, lá estavámos nós, eu e meu primo, agarrados a umas belas canecas de cerveja e a tentar encontrar o resto da malta.
E o que é que achei do festival? Muito bom. Muito profissional. Com tudo muito estruturado. E com muito boas condições. É certo, o espaço ajuda, pois é perfeito para este tipo de eventos. E importante, não parece que estamos na cidade. Simplesmente, um exemplo a seguir para os próximos festivais.
Uma das minhas birras com o festival era a selecção de bandas. Continuo a achar que falhou qualquer coisa ali, mas ontem o dia era o mais aceitável, pelo menos para mim. Rui Veloso, Gilberto Gil, Jets, Ben Harper e Peter Gabriel. Destes, só vi os três últimos. Os Jets praticam um rock à maneira dos AC/DC - e isto não é mau - muito energético e a abrir. Nota, suficiente mais. Ben Harper, já não me traz surpresas. Ontem foi a terceira vez que o vi e como em tudo, a primeira é que é. E a primeira vez que o vi continua a ser um dos melhores concertos que já vi. Mas se por um lado não traz surpresas, por outro, não desilude. Apesar de não ter tocado a minha canção preferida, o "Pleeeeeeeease bleed", dou-lhe como nota, um bom mais. Peter Gabriel, foi o senhor da noite, com a sua voz poderosa, canções intemporais e uma das performances mais originais dos últimos tempos, muito teatral e muito bem executada. Excelente.
Concluindo, continuo a achar que a organização poderia ter arriscado muito mais e ter trazido mais bandas novas e excitantes. Mas enquanto festival propriamente dito, foi certamente o mais profissional que já fui. O que certamente trará uma melhoria em relação aos outros, pois agora as pessoas sabem que é possível fazer melhor. E serão mais exigentes. É este o grande ponto positivo. Nota final, muito bom.
domingo, 30 de maio de 2004
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