sexta-feira, 23 de janeiro de 2004

A Funcionária Pública


Como já vem sendo hábito, este governo continua a fazer das suas no que ao funcionalismo público diz respeito.
A última medida que está a tentar implementar, e que já é do conhecimento de todos, diz respeito aos aumentos na Função Pública. Estes aumentos (a palavra apropriada seria esmolas) rondam os 2%, se exceptuarmos os funcionários que auferem um salário superior aos 1000€. Para estes o governo reserva-lhes um aumento de....0%!! NADA!! Isto tudo, porque as finanças do país não suportam tais despesas. Sobre isto já dissertei a semana passada. Porém, e como se já não bastassem os chulos dos eurodeputados, agora vêm os amigos dos ministros.
Soube que o nosso ministro dos Assuntos Parlamentares Marques Mendes (sim, aquele cujo secretário de Estado é o 'chulo' do Carlos Costa Neves) nomeou como assessora do seu ministério uma advogada sua amiga. Tudo bem, nada de especial quanto a isto (somos o país das cunhas). Agora atente-se bem à módica quantia mensal que é auferida pela Srª advogada: 3073€ + IVA!!! Líquidos!! O gabinete do Sr. Ministro já veio a público esclarecer que o seu trabalho técnico justificava o ganho. O que ninguém soube esclarecer foi que trabalho tão valioso era este. Ainda para mais que o salário de um funcionário da administração pública com a categoria da Srª. Advogada é entre 1893€ e 2792,97€ (para um funcionário com já 'alguns' anos de serviço). Esta Srª. Drª. Clara Regina Machado da Costa bate assim um recorde e cota-se como a funcionária pública com um dos mais elevados (senão o mais elevado) ordenados em tão escasso tempo de serviço (1 ano).
É como alguém já disse: uns são filhos (ou filhas) e outros são enteados (enteadas). Ou em linguagem governamental: uns são chernes e linguados e outros são sardinhas e carapaus.
Mais uma para constatar (a palavra apropriada seria confirmar, mas corria o risco de ser rotulada como politicamente incorrecta) que no nosso país prevalece a prática da corrupção e das cunhas, mesmo nas barbas de toda a gente. Sem qualquer tipo de conotação, caros caramadas barbudos.

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