quarta-feira, 29 de setembro de 2004

Saúde - o mal de uma nação

Foi com algum espanto que ainda ontem ouvi num noticiario televisivo que o nosso querido 'Mamão' Félix em conjunto com o não menos estúpido Luis Filipe Pereira (para os leigos na matéria, o novo ministro da saúde) decidiram reduzir os salários dos médicos nos hospitais públicos em cerca de 30% e aumentar a carga horária de trabalho em 3 horas. Ora por muito bem que esta medida soe a alguns, a mim não me convence e passo a explicar:
- Quando for atendido numa instituição pública quero que me seja prestado o melhor serviço possível. Para isso, os funcionários (médicos e enfermeiros) têm de ser bem pagos (com bem pagos não quero dizer extraordinariamente bem pagos).
- Já não basta os médicos não quererem exercer na saúde pública, que agora ainda se lhes baixa o ordenado e aumenta-se-lhes a carga horária de trabalho.
- A solução não passa por reduzir os salários, a solução passa por supervisionar efectivamente o horário de trabalho de cada um destes profissionais de saúde. Para que não aconteça, por exemplo, numa noite entrar um doente na urgência e ter que se ligar para a casa do médico, para que este compareça ao serviço (o que já é habitual nos hospitais públicos). O médico ESTÁ de serviço, portanto tem de estar no hospital. E mai nada!
Agora não me venha o senhor 'Mamão' com a necessidade de cortes nas despesas na área da saúde, através dos salários. O que estes senhores deveriam 'cortar' era por exemplo o salário/reforma do Sr. Mira Amaral de 3600 contos/mês por ter sido presidente da comissão executiva da CGD por um ano e nove meses. Ou as indemnizações milionárias que terão de ser pagas aos administradores, para possibilitar a entrada de outros da confiança do futuro presidente da CGD. Ou o salário de 5500 contos/mês que iria auferir o tal director geral dos impostos. Ou a reforma por inteiro de um senhor deputado após 8 anos na Assembleia da República. Ou o famoso subsídio de reintegração na sociedade que os senhores deputados recebem quando saiem da Assembleia (coitaditos ganharam tão pouco lá que têm que receber um subsídio de cerca de 3500/4000 contos para voltarem à vida activa).
Isto sim são despesas desnecessárias!! Não é o salário de um médico ou enfermeiro que aumenta o caos em que se encontram as finanças deste país.
E tenho dito!!

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